O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se posicionou nesta terça-feira (4) contra qualquer possibilidade de incursão terrestre dos Estados Unidos na Venezuela. “Não quero que a gente chegue a uma invasão terrestre da Venezuela por forças militares dos Estados Unidos”, disse Lula durante entrevista a veículos internacionais, de acordo com o jornal O Globo.
Ele também defendeu que a única saída para a crise entre os dois países é o diálogo, e reiterou sua disposição de atuar como mediador. As declarações ocorreram em Belém, no Pará, onde Lula participa dos preparativos para a COP30.
“Problema político não se resolve com armas”, diz Lula
Durante a conversa com jornalistas, Lula foi enfático ao condenar o uso da força e relembrou do encontro que teve com o mandatário estadunidense. “Eu disse ao presidente Trump: problema político a gente não resolve com armas. A gente resolve com diálogos”, afirmou, ao recordar seu encontro com Trump em Kuala Lumpur, na Malásia, no mês passado.
O líder brasileiro também destacou que os EUA poderiam ter um papel construtivo na região. “Eles poderiam ajudar os países em seu combate ao tráfico de drogas, em vez de atirar contra esses países”, completou.
Maduro acusa Washington de buscar “mudança de regime”
O presidente venezuelano Nicolás Maduro, alvo de acusações de Donald Trump por supostamente chefiar um cartel de drogas, afirma que o verdadeiro objetivo de Washington é “impor uma mudança de regime” em Caracas e se apropriar do petróleo venezuelano. Lula indicou que a crise será discutida na próxima cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), marcada para os dias 9 e 10 de novembro, em Santa Marta, na Colômbia.
Mediação do Brasil divide opiniões na Venezuela
Na semana anterior, Lula já havia proposto uma saída “política e diplomática” para o impasse e sugerido que o Brasil atuasse como facilitador em futuras negociações. A iniciativa, porém, foi criticada pela opositora venezuelana María Corina Machado.
Em uma entrevista ao O Globo, ela rejeitou a proposta do presidente brasileiro. “Algo assim nunca seria aceito pelos cidadãos venezuelanos”, disse. Escondida em local não revelado dentro do território venezuelano, María Corina voltou a defender as ações militares americanas.
Questionada sobre uma reportagem da agência Reuters, que revelou reuniões entre sua equipe e representantes do governo Trump — algumas com sua presença por videoconferência —, a líder confirmou os contatos, mas se recusou a detalhar o teor das conversas.
Por Paulo Emilio - Brasil247


