CPI do Crime aprova pedidos para ouvir ministros e 11 governadores

Data: 04/11/2025
Redação -


Plano de trabalho de Vieira ainda quer investigar fintechs e setor de combustíveis usados para lavar dinheiro de facções e milícias

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE, na imagem em destaque), indicado para ser relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado nesta terça-feira (4/11), apresentou o plano de trabalho para a comissão e requerimentos para ouvir ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e 11 governadores.

Vieira, que foi autor do requerimento da criação da CPI, foi indicado pelo presidente recém-eleito pelo colegiado, o governista Fabiano Contarato (PT-ES), para relatar a comissão. Ao todo, os 11 senadores deverão apurar sobre o alcance de organizações criminosas e políticas de combate ao crime por 120 dias.

No plano de trabalho, o senador sergipano propõe nove eixos de atuação, dentre eles, fontes de lavagem de dinheiro para facções e milícias, incluíndo fintechs e o setor de combustíveis e bebidas. Também pretende abordar iniciativas bem sucedidas e a necessidade de integração das forças de segurança da União e dos Estados.

A instalação da comissão se dá uma semana depois da megaoperação deflagrada pelas forças de segurança do Rio de Janeiro nas comunidades do Complexo do Alemão e da Penha contra o Comando Vermelho. Ao todo, a operação deixou 121 mortos. O caso aumentou o conflito entre o Governo Federal e Estados que defendem que a União aumente a participação orçamentária na Segurança, mas sem interferir na autonomia das UFs.

A comissão também votou e aprovou convites para os ministros da Justiça, Ricardo Lewandowski, e da Defesa, José Múcio. A CPI do Crime Organizado também aprovou os convite do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues e o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Luiz Fernando Corrêa.

Vieira também pediu o comparecimento de 11 governadores e secretários de Segurança, divididos entre àqueles cujos Estados tenham índices de criminalidade mais alarmantes, como o Rio de Janeiro, e àqueles que tenham experiências mais bem-sucedidas de combate, como já havia sido noticiado pelo Metrópoles, em entrevista com o relator.

Eis a lista de governadores e secretarios convidados:

  • Clécio Luís, governador do Estado do Amapá;
  • Cézar Vieira, secretário de Justiça e Segurança Pública do
  • Amapá;
  • Jerônimo Rodrigues, governador do Estado da Bahia;
  • Marcelo Werner Derschum Filho, secretário de Segurança
  • Pública da Bahia;
  • Raquel Lyra, governadora do Estado de Pernambuco;
  • Alessandro Carvalho Liberato de Mattos, Secretário de
  • Defesa Social de Pernambuco;
  • Elmano de Freitas, governador do Estado do Ceará;
  • Antonio Roberto Cesário de Sá, Secretário de Segurança
  • Pública e Defesa Social do Ceará;
  • Paulo Dantas, governador do Estado de Alagoas;
  • Flávio Saraiva, secretário de Segurança Pública de Alagoas;
  • Jorginho Melo, governador do Estado de Santa Catarina;
  • Flávio Rogério Pereira Graff, secretário de Segurança
  • Ratinho Júnior, governador do Estado do Paraná;
  • Hudson Leôncio Teixeira, secretário de Segurança Pública
  • do Paraná;
  • Eduardo Leite, governador do Estado do Rio Grande do Sul;
  • Mario Ikeda, secretário de Segurança Pública do Rio Grande
  • do Sul;
  • Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal;
  • Sandro Torres Avelar, secretário de Segurança Pública do
  • Distrito Federal;
  • Cláudio Castro, governador do Estado do Rio de Janeiro;
  • Victor Cesar Carvalho dos Santos, secretário de Segurança
  • Pública do Estado do Rio de Janeiro;
  • Tarcísio de Freitas, governador do Estado de São Paulo; e
  • Guilherme Muraro Derrite, secretário de Segurança Pública
  • de São Paulo.

A lista de ouitivas deverão seguir a ordem dos requerimentos. Ou seja, primeiro serão ouvidos representantes da esfera Federal, depois governadores e na sequência especialistas, dentre eles, o promotor Lincoln Gakiya e o presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima.

Por Luciana Saraiva - Metrópoles

Foto - Vinícius Schmidt/Metrópoles


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